Saúde
RELATO DO CASO
Trata-se de uma criança de oito anos e oito meses de idade, do sexo feminino, avaliada e diagnosticada no Ambulatório de Avaliação e Diagnóstico Fonoaudiológico da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP) devido à queixa familiar de trocas na fala e dificuldades escolares. Segundo dados da anamnese, a criança é a terceira filha de pais saudáveis e não consanguíneos. A idade materna ao nascimento era de 27 anos. A criança nasceu de parto cesáreo, pós-termo e houve ingestão de mecônio, sendo necessária uma lavagem estomacal. Por conta disso, a menina ficou em incubadora durante dois dias. Peso e estatura não foram relatados.
Alterações físicas foram notadas logo ao nascimento. A criança foi, então, encaminhada ao serviço de genética e exames pertinentes levaram ao diagnóstico de síndrome de Goldenhar.
Aos seis anos de idade, o Centro de Psicologia da APAESP diagnosticou deficiência mental de grau leve, sendo o atraso mental da criança de três anos. À observação física, realizada aos oito anos e oito meses de idade, a criança apresentava assimetria de face, sendo o lado direito mais severamente afetado: orelha, olho e boca possuíam implantação mais elevada. Além disso, apresentava malformação do pavilhão auricular direito e microssomia.
Na avaliação dos órgãos fonoarticulatórios, foi verificada a presença de palato profundo, dentição mista em bom estado de conservação e assimetria do lábio inferior para a esquerda. Lábios e língua possuíam tônus diminuído. A mastigação era realizada bilateralmente, sem centralização do bolo alimentar e com desvio da mandíbula para o lado esquerdo. Na deglutição, havia interposição de língua, anteriorização da cabeça e resíduos alimentares no vestíbulo, após várias deglutições. A criança era respiradora oral e ficava constantemente com os lábios entreabertos. Sua voz tinha intensidade aumentada.
Quanto aos aspectos motores, estes se mostraram dentro do esperado para a faixa etária da