Saúde Suplementar
ACESSO E COBERTURA POPULACIONAL
Luiz Felipe Pinto(*)
Rio de Janeiro, julho de 2003
(*)
Estatístico, Doutorando em Políticas Públicas em Saúde da Escola Nacional de Saúde
Pública/Fiocruz.
RESUMO
Este artigo tem como objetivo central traçar o perfil do acesso e cobertura dos serviços de saúde suplementar. Para isso, considera seus três componentes que, juntos, compõem seu perfil: as operadoras, os prestadores de serviço (unidades de saúde) e os beneficiários, incorporando aos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE, 1998), duas outras bases: AMS/IBGE (2002) e tabulações especiais do Cadastro de Operadoras, Prestadores e Beneficiários da ANS.
Em que pesem as funções definidas na agenda da regulação pela ANS, não se deve perder de vista, que o acesso, a utilização e a cobertura populacional em planos de saúde precisam ser periodicamente monitorados, em particular, a análise do mercado privado na região sudeste, que concentra 70% da população coberta por planos de saúde. Também, são necessários estudos mais detalhados sobre as capitais brasileiras, que
constituem
grandes
centros
de
concentração
de
clientela
e
investigações mais detalhadas para os subgrupos etários que mais acessam os serviços de saúde: crianças menores de 5 anos, mulheres em idade fértil e idosos.
Os planos privados de assistência à saúde atuam no sistema de saúde brasileiro, configurando-se enquanto mais um fator de geração de desigualdades sociais no acesso e na utilização de serviços de saúde, na medida em que cobrem apenas uma parcela específica da população brasileira: pessoas de maior renda familiar, de cor branca, com maior nível de escolaridade, inseridas em determinados ramos de atividade do mercado de trabalho, moradores das capitais/regiões metropolitanas, locais em que o acesso à rede credenciada de prestadores de serviços e o número médio de prestadores por operadora é