Saude
Waltecir Lopes - instrutor e colaborador do LTSE-Laboratório de Treinamento e Simulação e Emergência Cardiovascular do INCOR waltecirlopes@uol.com.br
S
ei que muitos profissionais já sabem esta resposta, mas enfatizo aqui as Fases da Parada Cardíaca para compreender melhor este procedimento entre primeiro chocar, ou realizar as manobras de RCP (Ressuscitação Cardiopulmonar). Em 2002, Weisfeldt e Becker propuseram a teoria das Fases da Parada Cardíaca, onde suscitaram haver três Fases na seguinte ordem: Primeiro, a Fase elétrica, de 0 a 5 minutos, melhor hora para chocar paciente em parada cardíaca logo no início da parada; Segundo, a Fase Hemodinâmica ou Circulatória, de 5 a 10 minutos, onde recomenda-se que o socorrista faça pelo menos dois minutos de RCP antes de ligar o DEA (Desfibrilador Externo Automático); e Terceiro, a Fase Metabólica, acima dos dez minutos, onde caso a RCP tenha sucesso recomenda-se a indução de hipotermia nas vítimas de parada cardíaca (Avançado equipe médica). Sabe-se que cerca de 80 a 85% das paradas cardíacas no pré-hospitalar ocorrem através de dois ritmos cardíacos: FV (Fibrilação Ventricular) e Taquicardia ventricular sem pulso, que são ritmos chocáveis. Então como funcionam estas Fases para o atendimento no Suporte Básico de Vida? A Fase Elétrica, de 0 a 5 minutos, é a mais importante e crucial, ocorrendo no início súbito da parada cardíaca, podendo durar até um pouco mais de cinco minutos e se encerrando com ritmo assistólico quando nada é feito. Também não quer dizer que se todos os procedimentos forem executados corretamente, o ritmo poderá ser restaurado. Este é o melhor momento para chocar a vítima em parada cardíaca, pois nesse período é onde se tem a maior e mais intensa contração muscular cardíaca. Alguns devem estar pensando: “Mas o coração não está parado?” De fato ele está contraindo, mas não gera o débito suficiente, claro que com um ritmo caótico e irregular, ou melhor, a sua PPC (Pressão de Perfusão