SARTRE
Em sua consciência, o homem está direcionado para algo que não é ele próprio, ou seja, em sua consciência está sempre fora de si; voltado para fora de si mesmo. Disso resulta que na concepção de Sartre a consciência do homem, o “ser-para-si”, é vazia, baseado no nada (melhor seria dizer no “vazio”). Com isso, Sartre deduz que o homem não é determinado por uma essência anterior, algum tipo de “natureza humana”, seja do tipo que for. Ao contrário, como a consciência do “ser-para-si” é vazia, e direcionada para o mundo, para um “ser que não é o que ele é”, o homem é determinado por sua existência e só cria uma essência a partir de seus projetos e de suas ações, de sua relação com o mundo – o “ser-no-mundo”.
É a partir desta estrutura, segundo Sartre, que o homem pode ser efetivamente livre. Para Sartre, como para outros existencialistas, existir é para o homem fixar alvos, persegui-los, projetar-se a si próprio em direção ao futuro. É ultrapassando os obstáculos que impedem a consecução destes objetivos, que o homem é livre. É através do transcender dos obstáculos que o “ser-para-si”, com base no nada (vazio) de sua existência, é livre a cada momento – já que Sartre nega o efeito de condicionamentos passados sobre a consciência. Desta forma Sartre afirma que “o homem é condicionado a ser livre”; por sua própria condição ontológica. Mas a liberdade só se forma através do confronto, do embate; daquilo que Sartre chama de “situação”, obstáculo. Por isso o filósofo afirma que “só existe