Sartre e a liberdade
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Sartre foi um dos filósofos que mais notoriedade teve em vida e o mais conhecido do século XX, a figura dos desenhos animados do intelectual fumando cachimbo em cafés e um ar blasé é baseada nele. Alçado a categoria de celebridade internacional, porém, sua obra foi obscurecida justamente pela popularização. Ao invés de ser encarada como um sistema teórico rigoroso, tornou-se mais como uma atitude diante da vida. Para Damon Moutinho(1995), não bastasse isso, a relação tumultuada de Sartre com a academia -culminando com ele recusando o Nobel de Literatura, e a sua morte ser muito recente (1980). contribuiram para o desconhecimento mais aprofundado de sua obra. O questionamento da Liberdade é considerado por muitos a maior contribuição de Sartre. Seria onde ele revela o equívoco da discussão clássica entre os deterministas e os partidários da liberdade. Os partidários da liberdade afirmam que o ato é livre, se não há motivo anterior a provocá-lo. É tomada uma decisão diante de dois motivos de pesos iguais, sem que um motivo exclua ou influencie mais que o outro, de modo que a inclinação para um deles seja: livre- é possível notar a postura dualista diante da realidade. A liberdade é entendida como uma liberdade de indiferença frente aos motivos, meu ato não vem do passado, de maneira causal, meus movimentos não são motivados por um devir, não seria explicado a posteriori. Os deterministas contestam e afirmam que, simplesmente, não há ato sem motivo e que o mais insignificante gesto( erguer uma mão ao invés de outra) tem seus motivos que o explicam muito bem. Posso ignorá-los, como normalmente ignoramos, mas isso não significa que esses motivos não existem. Para os deterministas, os partidários da liberdade querem simplesmente romper a série de nossos atos, introduzindo uma alma que rompe com o passado imediato, a todo momento. Os deterministas lembram que o desconhecimento de uma