Liberdade Sartre
FAFICH: DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
SEMINÁRIO EM FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA II
PROFESSOR: ANDRÉ J. ABATH
ALUNO: DANIEL MENDES CAMPOS XAVIER DEBARRY
TRABALHO II
“Diante da Galeria Gillet já não sei o que fazer. Estarão à minha espera no fundo da galeria? Mas há também, na Place Ducoton, no fim da Rue Tournebride, certa coisa que necessita de mim para nascer. Estou cheio de angústia: o menor gesto me compromete. Não posso adivinhar o que querem de mim. No entanto é preciso escolher...” (Sartre, 1986:89).
Introdução
Em O Ser e o Nada Jean-Paul Sartre nos traz um panorama daquilo que ficou conhecido como seu projeto Existencialista em filosofia. Essa tese filosófica - que busca ser uma descrição fenomenológica da vida vivida - terá como fundamento a noção de que o homem é um ser que, diante de sua liberdade, vê sua existência preceder sua essência. A partir desta constatação, nosso autor fará uma investigação das implicações que essa condição humana possui na medida em que a liberdade, frente às várias possibilidades à vista, compreenderia um aspecto de angústia advindo da consciência de que nada se colocaria de maneira determinada entre o homem e suas escolhas. Diante disso, o homem, então, tenderia a adotar condutas de fuga desse sentimento de angústia, o que o levaria, segundo Sartre, a certos atos de má-fé. O presente trabalho tem como objetivo esclarecer justamente essas relações entre angústia e liberdade que, consequentemente, levariam ao que Sartre entende por má-fé. Seção I – Os âmbitos ontológicos do ser Antes de começarmos nossa investigação acerca das relações entre angústia, liberdade e má-fé é importante que façamos ao menos uma breve apresentação dos tipos (ou categorias) do ser que serão frequentemente mencionadas por Sartre ao longo de seu projeto de “ontologia fenomenológica”. Em O Ser e o Nada, nosso autor apresenta três âmbitos ontológicos do ser: o ser-em-si, o ser-para-si e o