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Para aqueles nossos contemporâneos que sempre estão a perguntar-se a respeito do que fazer para conter o crime e diminuir a criminalidade, Durkheim não dá respostas, mas deixa uma pista: “Para que os assassinos desapareçam, urge que o horror pelo sangue derramado se torne maior naquelas camadas sociais em que são recrutados; mas, para tal, é preciso que o próprio horror se torne maior em toda a extensão da sociedade13. Mas essa repulsa ao crime seria, ela própria, medida eficaz para seu combate pela sociedade? Durkheim deixa o jurista atônito, pois, segundo ele, a sociedade sem assassinatos logo encontraria outro fenômeno para crimina- /izar, com o objetivo de continuar acentuando os valores sociais normais pela negação daquilo que é definido como um mal: “Imaginai uma sociedade de santos, um claustro exemplar e perfeito. Os crimes propriamente ditos serão aí desconhecidos; mas as faltas que parecem veniais ao vulgo despertarão o mesmo escândalo que provocam os delitos ordinários nas consciências comuns. Se esta sociedade se encontra, pois, armada do poder de julgar e de punir, qualificará tais atos de criminosos e tratar-los- á como tais”,
“0 crime é pois, necessário; ele se liga às condições fundamentais de toda vida social e, por isso mesmo, tem sua utilidade; pois estas condições de que é solidário são, elas próprias, indispensáveis à evolução normal da moral e do direito E o “criminoso não aparece mais como um ser radicalmente insociável, como uma espécie de elemento parasitário, de corpo estranho e inassimilável, introduzido no seio da sociedade; constitui um agente da vida social"
E, para o sociólogo, qual