santo agostinho
ESDC / CEMOrOC-Feusp / IJI-Universidade do Porto
Agostinho e a Educação Cristã: um Olhar da
História da Educação
Terezinha Oliveira
(DFE/PPE/UEM - teleoliv@gmail.com)
O objetivo deste artigo é analisar a importância do conhecimento para a formação do cristão, no início do século V, a partir de considerações agostinianas presentes, especialmente na obra A Doutrina Cristã. Uma das primeiras questões que nos chamam a atenção é a forma como Agostinho destaca a importância do conhecimento para a leitura dos Escritos Sagrados.
Na atualidade, quando pensamos em religião, quando nos remetemos à interpretação dos escritos sagrados, sempre nos vêm à mente a forma como a religião, em geral, é vista e praticada pelos fiéis nas suas mais diferentes Igrejas e, comumente, transpomos as práticas do presente como únicas e iguais para todas as épocas históricas. Esse olhar é, freqüentemente, encontrado quando se volta para o início da sociedade medieva, nos séculos V e VI.
Em geral, consideramos que os homens da Igreja, os divulgadores da Igreja cristã e da doutrina cristã, nessa época, eram fanáticos, imbuídos do espírito de conversão. Supõe-se que se preocupavam somente em trazer todos os indivíduos para a crença de um deus único e, assim, vencer as demais crenças, fossem as mesmas oriundas do mundo romano ou dos povos nômades que adentraram a região do antigo
Império.
Na verdade, prevalecem nessa questão, basicamente, dois olhares. Primeiro, uma interpretação simplista da história, cuja formulação central é que tudo o que não se relaciona com a pesquisa sobre o presente não tem uma validade social ou política.
Segundo, uma visão onde há o predomínio de um tempo linear, no qual as mudanças sociais não fazem parte do processo de construção e desconstrução das relações sociais. Existiria, em troca, uma continuidade em que as únicas coisas que se modificam são os homens que compõem os cenários da história. De antemão,