Saberes Pedagogicos
Os saberes da docência e os próprios docentes-trabalhadores têm estado ausentes nos conhecimentos escolares. Os currículos sabem pouco também das crianças, adolescentes e jovens que os aprendem.
Não entra nos currículos o acúmulo de saberes sobre a docência como a função social e o trabalho, e também não são incluídas as vivências sociais e políticas, culturais e socializadoras, humanas e tão desumanas dos próprios educadores e educandos.
Como incorporar esses conhecimentos no território dos currículos de formação docente, de pedagogia e também no currículo de educação básica?
Debater e estudar essas ausências no currículo pode ser um caminho para conhecer os saberes acumulados dos professores e dos alunos. Se esse conhecimento fosse incorporado aos currículos, poderia contribuir para visões mútuas mais realistas, para desconstruir imagens irreais do magistério e idealizadas das crianças, adolescentes e jovens, tão persistentes em nossa cultura social, política e gestora.
Segundo Miguel Arroyo (2011), durante o Império e depois na República, a experiência da docência na educação básica não tem merecido prestígio de uma experiência social, política e cultural nobre. A própria instrução pública, o ensino, a educação e a escola pública não foram reconhecidas como uma instituição concentradora de poder. A desvalorização do magistério público e da escola pública reflete a desvalorização dos trabalhadores e a precarização do trato dos coletivos populares ao longo de nossa história.
Em nossa democracia republicana, o poder não vem do povo, nem de sua instrução. A escola popular, segundo Miguel Arroyo (2011), ainda é vista como escola subcidadã porque não foi pensada como a matriz conformadora da República, da nação, nem sequer conformadora da cultura nacional. E, além disso,os coletivos populares não foram reconhecidos como cidadãos membros natos da nação, mas como subcidadãos.
A “educação para a