Saber e Poder
“Saber é Poder num momento histórico em que o saber se torna o mais eficiente fornecedor de riqueza, o poder da riqueza cede o lugar à riqueza do Poder”.
Francis Bacon “A ciência e o poder humano se correspondem em todos os pontos e têm o mesmo objetivo. É a ignorância que temos da causa que nos priva do efeito. Por que não podemos vencer a natureza senão obedecendo-lhe. E o que era princípio, efeito ou causa na teoria, torna-se regra, objetivo ou meio na prática”.
Francis Bacon, Novum Organum (1670).
Origem
Desde Platão, os Sábios e filósofos desempenham o papel de conselheiros dos príncipes, procurando influenciar suas decisões políticas, o conhecimento ou “teórico”, inteiramente voltado para a ordem contemplativa, sem preocupações de ordem prática. Vimos os príncipes amarem as ciências, até mesmo cultivá-las, atrair os Sábios a seus palácios, recompensar, com benefícios e amizade.
A passagem da “vontade de poder ingênua” a “vontade de poder provada” que transformou as relações entre saber e poder, só foi realizada com o advento da ciência moderna. Assim, a relação de identidade entre Saber e Poder nasce com a ciência moderna é a matematização da natureza que torna possíveis a previsão e a chamada “aplicação rigorosa”. A ciência passa então a manter com o poder político, não se destina apenas para ampliar conhecimento e compreensão da Natureza, pois não pretende ser uma atividade desligada das preocupações deste mundo, desinteressada, pura e contemplativa, surge com a ideia de acabar com a separação da teoria e prática.
Descartes fala insistentemente da utilidade dos conhecimentos, ou seja, dessa “filosofia prática que deve substituir a filosofia especulativa que se ensina nas escolas e tornar os homens mestres e possuidores da natureza”. Entender, a nova filosofia precisar ser, ao mesmo tempo, prática e conquistadora. Porque a inteligência das coisas, a partir de seus verdadeiros princípios