SABER AMBIENTAL
Assim, o discurso da sustentabilidade apresenta-se num tom neoliberal ambiental, de maneira que “as políticas de desenvolvimento sustentável vão desativando, diluindo e deturpando o conceito de ambiente” (p.21) a fim de que o livre mercado se amplie assegurando o “perpetum mobile” do crescimento econômico. Além do crescimento econômico, o discurso do desenvolvimento sustentável, se apóia em outros dois pontos o equilíbrio ecológico e a igualdade social.
A tecnologia assume um papel importante na manutenção desta tríade: a tecnologia, cujo papel é o de reverter a degradação na produção, distribuição e consumo de mercadorias.
Encontramo-nos em tal situação, que o autor não reconhece apenas a “ambientalização do conhecimento”, realizada em geral nas “aulas de educação ambiental” como solução para dar um horizonte às discussões socioambientais. Segundo LEFF é necessário uma visão mais ampliada, o que ele propõe como o Saber Ambiental.
O Saber Ambiental desafia as ciências em suas bases mais sólidas, pois, uma vez que necessitam de uma analise interdisciplinar das relações natureza-sociedade, coloca as certezas dos paradigmas absolutos e imutáveis sob a incerteza de suas próprias certezas. Assim “o Saber Ambiental se produz numa relação entre a teoria e a práxis” (p. 235). A práxis segundo Paulo Freire é a teoria do fazer, ou seja, para alcançarmos o Saber Ambiental, devemos exercitar nossa práxis em torno de nosso próprio fazer pedagógico diário.