Rumos e percursos resumo
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Marisa Lopes da Rocha
História da Psicologia. Rumos e percursos pode parecer, a princípio, um livro como tantos outros, que vai definir para o leitor ávido de respostas rápidas como se deu o processo organizativo de um corpo totalizado e coerente de conhecimento científico a que chamamos Psicologia, talvez para atender à demanda por esclarecimentos precisos, como uma maneira de agilizar a formação, aplacando as tensões de uma ordem que não está dada e clareando um leque de escolhas por linhas ou práticas que muitos anseiam ao entrar em cursos de Psicologia ou em áreas a fins. Não obstante, se a demanda é sempre algo produzido, ou seja, se só podemos ansiar por algo que esteja agenciado no campo social que nos circunscreve, então, devo dizer que tal expectativa de uma simplificação, de uma ordenação única e apriorística, não é apenas dos que estão entrando em contato, na universidade, com as práticas psi, mas também de muitos que fazem a
Psicologia e/ou atuam na academia. Assim, a perspectiva de certa linearidade nem sempre é só de um iniciante, pois encontramos também profissionais de diversas áreas, entre elas a própria Psicologia, que, em nome de um certo rigor, consideram ser suficiente ou desejável discorrer sobre nomes, datas e fatos para esclarecer o percurso histórico de uma ciência, algo que nos remete a um campo de saberes que apresenta uma identidade com contornos indubitáveis.
A originalidade deste livro está justamente em mostrar para a academia e interessados nos saberes/práticas psi que é possível abordar a Psicologia através de suas disjunções, de suas ambigüidades, ou seja, enquanto um campo de forças que, em diferentes etapas e lugares, foi ganhando formas e fazendo emergir configurações de homem, de relações sociais, de regimes de verdade. O que nele é proposto se vincula à inversão nas expectativas simplificadoras quanto à delimitação de um - e