Ruminantes
A participação de microrganismos na digestão de alimentos de ruminantes permite maior aproveitamento de carboidratos presentes na celulose. Como os ruminantes não produzem enzimas que as digerem, eles desenvolveram uma relação simbiótica com microrganismos capazes de digerirem a celulose (Dehority,1985). A maior vantagem dos ruminantes é assimilar pelo menos parte da energia contida em dietas ricas em celulose e hemicelulose. Além disso, há outras vantagens, amônia e uréia podem ser convertidas em proteínas por meio de relações simbióticas com microrganismos. Qualquer amônia ou uréia ingerida junto com o alimento ou produzida pelos microrganismos pode ser convertida em proteína que pode ser digerida e absorvida pelo hospedeiro (Withers, 1992). Da microbiota ruminal fazem parte protistas ciliados, bactérias, fungos e protistas flagelados. A microbiologia do rúmen é complexa devido ao grande número de organismos presentes, suas diferentes natureza e mudança de população, que resultam da mudança da dieta do ruminante (Teixeira, 1992). Os primeiros protozoários de rúmen foram observados por Gruby & Delafond (1843). A quantidade e as espécies de protistas não são necessariamente as mesmas dentro da mesma espécie de ruminante, apesar de alguns ciliados de rúmen serem específicos a determinados hospedeiros. A variação pode depender do tipo de alimentação, da distribuição geográfica e do antagonismo entre certas espécies (Abou-Akkada ET al., 1968).
O papel dos ciliados de rúmen ainda não foi bem esclarecido. Vários trabalhos (Jouany, 1990; Williams & Coleman, 1991; Williams et al., 1993) apontam fatores positivos e negativos da presença desses organismos em ruminantes. Williams & Coleman (1991) apresentaram resultados de vários autores sobre a influência da presença ou ausência de ciliados no conteúdo ruminal no desenvolvimento e produtividade dos hospedeiros.
O presente trabalho teve como objetivos realizar levantamento de ciliados que ocorrem em bovinos