Bioquímica de Ruminantes e Não-Ruminantes
Os ruminantes apresentam uma maior eficiência no aproveitamento da energia dos alimentos fibrosos que os demais herbívoros. A retenção pré-gástrica seguida de fermentação com microrganismos simbiontes resultaram na associação dos estudos de nutrição com as ciências vegetais, microbiologia, ciências animais e ecologia.
Até os anos 70, pouca importância era dada ao papel da fibra dietética e fermentações intestinais nos não-ruminantes. Por essa razão, os estudos de nutrição de ruminantes permaneciam à margem dos estudos de nutrição de monogástricos. A partir dessa década os nutricionistas começaram a entender a importância da fibra na nutrição humana e a fermentação ruminal passou a ser um modelo ao entendimento da fermentação que ocorre no intestino grosso de monogástricos.
Os estudos atuais de nutrição de ruminantes estão sendo direcionados para a maximização da utilização da celulose como fonte energética para ruminantes. Caprinos e antílopes apresentam maior eficiência nesta utilização do que ovinos e bovinos. Entender a utilização da fibra e as fermentações microbianas é os pontos chave nos estudos de nutrição animal.
As adaptações anatômicas do sistema digestivo de ruminantes resultaram na melhor utilização da fibra dietética e trouxe a eles relativa liberdade da necessidade de ingestão de fontes externas de vitaminas do complexo B e aminoácidos essenciais. Por outro lado a gliconeogênese constante é necessária para cobrir as perdas de carboidratos disponíveis.
Os ovinos e os bovinos são os ruminantes mais numerosos no mundo. Estes animais foram genotípica e fenotipicamente modificados a partir de sua associação com os seres humanos. A distribuição dos ruminantes domesticados no mundo reflete as migrações humanas. Os ruminantes silvestres são menos numerosos, mas também têm importância em função do balanço ecológico que eles proporcionam. Os ruminantes silvestres estão distribuídos em todas as partes do mundo com exceção da Antártica e