Rudá
Indústria Cultural, ideologia e poder
MATTELART, A. e M., pp.73-.
Descritos e aceitos pela análise funcional como mecanismos de ajuste, os meios de comunicação tornam-se suspeitos de violência simbólica, e são encarados como meios de poder e de dominação.
Inspirados num marxismo já não tão ortodoxo, os filósofos da escola de Frankfurt, exilados nos Estados Unidos, inquietam-se com a transformação da cultura desde os anos 1940.
A teoria crítica
Na época da República de Weimar (*), alguns intelectuais , entre os quais o filósofo Max
Horkheimer (1895-1973) e o economista Friedrich Pollock (1894-1970) , fundam o Instituto de Pesquisa Social, afiliado à Universidade de Frankfurt. Os estudos iniciais têm por objeto a economia capitalista e a história do movimento operário.
(*) A República de Weimar corresponde a um período da História da Alemanha que decorre entre o fim do Segundo Reich alemão (1918) até à ascensão de Hitler ao poder em 1933.
Iniciadas as conversações para a assinatura do Armistício em outubro de 1918, rebentou uma revolta operária na Alemanha, que acabou por redundar num fracasso graças à divisão entre espartaquistas (defensores da instauração de um regime comunista) e sociais-democratas. Estes, aliados aos conservadores e ao exército, conseguem reprimir os espartaquistas e estabelecer uma república. O governo provisório desta, presidido por Ebert (socialdemocrata), elege então uma
Assembleia Constituinte, encarregada de criar as instituições do novo regime republicano. A
Constituição de 1919 estabelecia assim uma república federal e parlamentar, à cabeça da qual se encontrava um presidente com amplas atribuições e competências. O poder legislativo repartiase entre duas assembleias: o Reichstag, eleito por sufrágio universal em cada quatro anos, com incumbência de apresentar e votar leis, para além de ter responsabilidades de governo; e o
Reichsrat, onde se reuniam os delegados representantes dos 17 länder