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De acordo com Sérgio Paulo Rouanet (1993) não existe uma crise da modernidade, o que realmente existe é uma crise da civilização e do seu projeto moderno. Sendo este projeto produzido pela Ilustração europeia, tendo alguns conceitos principais para sua composição, como: a Universalidade, que destina-se a todas as pessoas, não importando sua nacionalidade, cultura ou etnia; a Individualidade, que possui uma perspectiva das pessoas como concretas; e a Autonomia, conceituada como propensão dos seres humanos em pensarem por si, serem sociáveis interagindo em espaços públicos e possuírem a possiblidade de sobreviverem no aspecto material, através do trabalho. O autor classificou a autonomia em três tipos, a primeira é a Autonomia Intelectual, sendo esta dominada por uma visão esotérica; depois, Autonomia Política, proibida pelas ditaduras ou “transformada em uma coreografia eleitoral encenada de quatro em quatro anos”, como afirma Rouanet. A terceira é a Autonomia Econômica, que é impossibilitada pela pobreza extrema e absoluta em que vivem a maioria da população.
Mas Rouanet assinala alguns problemas neste projeto, o universalismo está sendo prejudicado pela propagação de particularismos, tanto nacionais, raciais, culturais e religiosos. Enquanto a individualidade está afundada no conformismo e nos princípios da sociedade de consumo, além de um hiperindividualismo.
Outro fator que ele aponta é a decepção causada pelas instituições democráticas com as ditaduras, provocando talvez nos jovens a sua não politização, e até uma inconsciência, motivos da Ilustração. Assim, criou-se uma síncope no projeto civilizatório da modernidade pela não aceitação de seus valores e princípios, fato que o autor intitula como barbárie.
Diante da barbárie Rouanet indica três reações, mas dentre elas ele prioriza a alternativa de um projeto neomoderno, equivalendo ao Iluminismo, tendo em vista que seria uma solução ,pois manteria os aspectos positivos da modernidade e corrigiria suas