Roteiro - Lucíola
Paulo: Eu já vi esta moça, mas onde?
Narrador: Paulo viu seu companheiro Sá cumprimentá-la com um gesto familiar.
Paulo: Quem é esta senhora, Sá?
Sá: Não é uma senhora Paulo. É uma mulher bonita! Queres conhecê-la?
Paulo: Sim!
Sá: Lúcia!!!
Narrador: Dando algumas moedas de prata para a multidão de pobres que a cercava, Lúcia se dirigiu até Paulo e Sá ao ouvir ele pronunciando o seu nome.
Lúcia/Lucíola: Não há modos de livra-se desta gente. São de uma impertinência!
Sá: Viste só?
Lúcia: De corpo e alma.
Sá: E não tens companhia para a volta?
Lúcia: Não.
Sá: Neste caso eu te ofereço a minha, ou melhor, a nossa.
Lúcia: Em qualquer outra ocasião aceitaria com muito prazer porém hoje eu não posso.
Sá: Já vejo que não foi franca!
Lúcia: Não acredita? Se eu viesse por passeio!
Sá: E qual é o outro motivo que pode te trazer à festa da Glória?
Paulo: A senhora veio talvez por devoção?
Sá: A Lúcia devota! Bem se vê que você não a conhece.
Lúcia: Um dia no ano não é muito.
Paulo: É sempre alguma coisa.
Sá: Deixa-te disso, venha conosco.
Lúcia: O senhor sabe que não é preciso rogar-me quando se trata de se divertir. Amanhã, qualquer dia estou pronta. Esta noite não!
Sá: Decididamente há alguém que te espera.
Lúcia: Ora! Faço mistério disto?
Sá: Não é seu costume.
Lúcia: Portanto tenho o direito de ser acreditada. As aparências enganam tantas vezes, não é verdade?
Narrador: A festa continuou e todos acabaram em uma alegre reunião onde se dançou e brincou até as duas horas da noite, ou devo lhes dizer, da madrugada. Logo em seguida todos foram para suas casas e Paulo, antes de adormecer ficou lembrando-se dos