CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO Liberdade de criação: o escritor romântico recusa os padrões da arte clássica que sempre esteve sujeita a regras, padrões e modelos, usa o verso livre, mistura os gêneros literários e obedece aos estímulos de sua interioridade. Apresenta, também, uma nova concepção de herói: o homem titânico, rebelde contra tudo (Satã, Caim, Fausto, Don Juan). Aprecia o ideal do “homem fatal”, de face pálida, de olhar sem piedade, de vida acidentada, amante infeliz ou patriota exilado. Cabe salientar, entretanto, que a liberação romântica foi parcial, pois permaneceram inibições, repressões e cacoetes estilísticos que quase se transformaram em novas regras de bem escrever. A aventura da liberdade total se daria apenas no século XX. Individualismo e subjetivismo: o artista romântico trata dos assuntos de uma forma pessoal, de acordo com o modo como vê e sente o mundo; dizemos que sua arte é subjetiva porque expressa uma visão particular da realidade. A ideologia burguesa centrou-se nas liberdades do homem e nas infinitas possibilidades de auto-realização do indivíduo. O Romantismo, reflexo da nova ordem social, centrou-se da glorificação do particular, do singular, do íntimo, daquilo que diferencia uma pessoa de outra. A figura do artista é divinizada, ele é a expressão do “Gênio” (“Gênio” é aquele que não precisa de regras para comover e edificar. “Genial” é a poesia sem imitação dos antigos e “genial” é a religiosidade livre, sem dogmas.), encarnação do “Ideal”, às vezes, o condutor dos povos. Num primeiro momento, evidenciando um forte individualismo, o romântico cultua a imagem napoleônica do herói cuja trajetória serve de modelo, lembrança e vontade. Em um segundo momento, percebe que a grandeza individual pode levar a “maldição” do distanciamento pessoal da vida em sociedade, através da solidão voluntária, da ofensa aos valores comuns, da recusa em aceitar os princípios da comunidade. Ou seja, o artista se dá conta da mediocridade