Romantismo - Poemas e análises
INDIANISTA, NACIONALISTA
Poetas:
Gonçalves Dias
Canção do Exílio – Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Análise: O poema Canção do Exílio de Gonçalves Dias, pertence à primeira geração do Romantismo – a geração nacionalista ou indianista. Isso é visível no poema, que é expressão da saudade do poeta por sua pátria (nacionalismo: patriotismo). No poema, o poeta traz a imagem de sua terra, engrandecendo as belezas da natureza e comparando-a com a terra que está agora. As imagens da palmeira e Sabiá são usadas como símbolos para caracterizar o Brasil. A terceira e quarta estrofes são marcadas pela contradição entre “lá” e “cá” – o lá (a terra natal) é descrita como bela, cheia de belezas naturais, um local prazeroso (“Mais prazer encontro eu lá”).
No final do poema, o poeta suplica a Deus para que ele possa voltar à sua pátria antes de morrer.
Canção do Tamoio – Gonçalves Dias
I
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
II
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou