Role Playing Game

As pessoas diziam que o que importava na vida não era o destino e sim a jornada. Pensando daquela maneira, não havia muito a ser dito sobre Amelia Bones. Amelia nunca fora a mais bonita, a mais inteligente, a mais alta, a mais magra ou a mais importante. Amelia não deixaria nenhum tipo de legado para trás ou qualquer coisa que deixasse orgulho para quem tivesse torcido para si; ela fora apenas uma tributo, uma entre tantas, mas talvez houvesse algo que fizesse tudo valer a pena. De fato, em seus últimos segundos de vida, Amelia constatou que o que importava não era para onde ia e sim o caminho que percorreu, pois fora ele que a construíra daquela maneira e pouco importava se ela era a melhor, mas cada momento que vivera fora único e suas lembranças permaneceriam eternas em si. A garota que crescera sem pai, sem dinheiro, sem nada, estava partindo, mas deixando para trás a maior prova de que nem mesmo nos momentos de maior desespero podia-se desistir de lutar. Amelia não fora tão boa quanto America, mas sabia que ela se orgulhava ainda assim e ela tinha razão, não era uma sensação ruim, era como se finalmente Amy estivesse livre. Quando a bestante enfim lhe acertou e seu corpo caiu no chão, a garota sentiu o sangue vir pela sua garganta, mas apenas tossiu e voltou seus olhos para o céu, respirando fundo, sabia que ela estava assistindo, então não temeu em dizer: — M-mãmãe... eu te amo. Por favor, não desista. Não... desista. — Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, não por estar partindo, mas por saber que sua mãe entraria em uma imensa depressão e Amy não queria aquilo, tudo o que queria era que ela ficasse bem, que vivesse sua vida e seguisse em frente. Sentiu algo sob sua mão e, com dificuldade, virou-se e sorriu ao ver o que era. Com sua outra mão, segurou o pulso de Nessa, sorrindo com todo seu esforço enquanto as lágrimas se espalhavam. — Lute, vença... por nós. — Pediu, sabendo que Nessa tinha chances, ela podia conseguir. Quanto a Max, voltou-se para ele e