Rmas, germes e aço
DIAMOND, JARED. ARMAS, GERMES E AÇO:
OS DESTINOS DAS SOCIEDADES HUMANAS.
Ely Bergo de Carvalho
Doutorando pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
O livro Armas, Germes e Aço: os destinos das sociedades humanas é um fenômeno editorial. Publicado em 1997, nos Estados Unidos, ganhou o prêmio
Pulitzer de 1998, e já foi traduzido para vários idiomas, vendendo milhões de exemplares e inspirando, inclusive, programas para a TV. No Brasil foi publicado pela Editora Recod e já está na quinta edição. Tal sucesso editorial indica um desafio, a saber, a demanda por estudos históricos das relações entre os seres humanos e seus ambientes. Para os historiadores profissionais, o livro alerta, principalmente, para a necessidade de se incorporar os elementos naturais nas explicações dos processos históricos.
A pergunta que o livro se propõem a responder foi feita a Jared Diamond por
Yali, um nativo da Nova Guine, na década de 70: “Por que vocês, brancos produzem tanto ‘cargo’ e trouxeram tudo para a Nova Guiné, mas nós negros, produzimos tão pouco ‘cargo’?”.1 Cargo é o nome dado pelos nativos a parafernália que se necessita para viver, ou seja, aos objetos técnicos. Diamond refina e reduz a pergunta, argumentando que no final da última glaciação, a 11 mil anos, todas as sociedades do planeta eram caçadoras-coletoras, com objetos técnicos semelhantes e, que no momento da conquista das Américas pelos europeus, já havia uma grande assimetria entre a Eurásia e o restante do mundo, portanto ele se concentra em explicar como se deram estes “ritmos diferentes de desenvolvimento”, entre a
Eurásia e outras regiões do globo, entre a última glaciação e 1492.
A tese do autor está baseada em algumas variáveis básicas, como o tamanho da área e o isolamento, quanto maior a área e menos isolada maior é a tendência para o desenvolvimento de “cargo”. Pois ele supõe um processo contínuo de lutas entre as sociedades, com a sobrevivência delas, com técnicas e