Ritual de manejo e Infortúnio
COMENTÁRIO CRÍTICO DO CAPÍTULO 9 DO LIVRO “CULTURA, SAÚDE E DOENÇA” DE CECIL G. HELMAN: “RITUAL E MANEJO DOS INFORTÚNIOS˜ Os rituais possuem três dimensões: a social, as psicológicas e as simbólicas. A esfera social é abarcada, muitas vezes, pela sociologia e por ciências que estudem os modelos que instituem discursos. A dimensão psicológica diz respeito as subjetividades e singularidade do sujeito, sendo esse um sujeito relacional e nunca isolado. Por fim, os símbolos, tanto reais quanto imaginários, afetam a vida do sujeito mesmo com seu caráter abstrato, uma vez que os símbolos são os elementos concretos dos rituais e sem eles não haveriam os comportamentos repetitivos. Os símbolos do ritual são em si as funções que são dadas pelos símbolos. Esse caráter repetitivo do ritual é o que o instaura e o instala no grupo social em que é praticado e seu efeito deve ser analisado sem uma visão técnica, explícita e direta. Rituais são fundamentais para a manutenção da sociedade devido ao seu valor expressivo e criativo, já que os seres humanos são seres ritualísticos. Uma importante característica dos rituais é seu poder de gerar uma visão coletiva de mundo e a adesão à uma determinada lógica, não homogênea e não determinista. As fronteiras simbólicas não podem ser fixas e sim porosas. Caso fossem fixas, essas fronteiras não possibilitariam um diálogo ou contato entre culturais e rituais distintos, necessários para a manifestação da criatividade e para o encontro geracional para a criação. Cecil Helman expõe quatro rituais de transição: os rituais de gravidez e nascimento, os rituais de morte e de luto, os ritos de hospitalização e os rituais de infortúnio. Através de Van Gennep, Helman traz três etapas para a conclusão de um ritual de transição, sendo elas a separação, a transição em si e por fim a incorporação. Na etapa de separação, a organização de tempo e espaço é, por vezes, modificada. Até que a fase de incorporação seja