teste de cenas
ISSN 2177-6687
TRISTÃO E ISOLDA: ASPECTOS DO TRÁGICO E DA
TRAGÉDIA GREGA NO ROMANCE DE CAVALARIA MEDIEVAL
OLIVEIRA, Marcio da Silva (PPL/UEM)
Introdução
A lenda de Tristão e Isolda pode ser considerada genuína representação das formas mais remotas da narrativa medieval. Tem como particularidade, herdada principalmente das narrativas orais, um caráter dinâmico, permitindo à figura do narrador introduzir elementos que garantem a participação do leitor, aproximando o público da história contada. Essa característica presente no mito é herdada principalmente da figura do coro na tragédia grega, responsável por cantar partes significativas do drama e mediar o enredo entre os personagens e o público. Partindo dessa premissa, objetiva-se aqui destacar a aproximação do romance de cavalaria com a tragédia grega a partir da análise do romance Tristão e Isolda.
Fundamentam-se os argumentos desse trabalho em nomes exponenciais da crítica literária, principalmente no que se refere à literatura grega clássica e a medieval.
Assim, para a primeira parte, busca-se como fonte Aristóteles que, em sua Arte Poética nos aponta os alicerces estruturais da tragédia grega e Albin Lesky que, no livro A tragédia grega, segue os passos de filósofos como Goethe e Nietzsche e nos apresenta um detalhado panorama desse gênero ao trabalhar as diferenças entre os termos
“tragédia” e “trágico”. Além disso, convém destacar o nome de Junito Brandão, crítico brasileiro, grande conhecedor da cultura mitológica grega.
Na segunda parte, que focaliza a análise comparativa propriamente dita, vale a maestria de Pierre Brunel que, com seu significativo Dicionário de Mitos literários, serve como ponto de partida para a realização desse trabalho. Além disso, convém destacar a tradução de Tristão e Isolda, obra cuja análise fundamenta o artigo, realizada por Maria dos Anjos Braamcamp Figueiredo; e, ainda, as contribuições de Friedrich
Nietzsche acerca de aspectos