RIO BRANCO E A POLÍTICA ARMAMENTISTA A REPERCUSSÃO NO CONGRESSO NACIONAL BRASILEIRO
CONGRESSO NACIONAL BRASILEIRO
Adelar Heinsfeld*
Rio Branco, como Ministro das Relações Exteriores, ao estabelecer as diretrizes de sua política internacional, vai preocupar-se com a segurança e a defesa do território que ajudou a configurar. O processo de reaparelhamento da marinha de guerra nacional foi o resultado desta sua preocupação, fazendo surgir a carreira armamentista entre
Brasil e Argentina no início do século XX. Essa corrida armamentista não é um fato descontextualizado do momento internacional vivido a época em que Rio Branco foi
Ministro. Nas formulações geopolíticas da época o armamentismo ocupava o primeiro plano. A partir da relação “Nós-Eles”, a preocupação com o “inimigo” que está do outro lado da fronteira é uma das variáveis da Geopolítica.
Para Raymond Aron “o diplomata e o soldado vivem e simbolizam as relações internacionais que, enquanto interestatais, levam à diplomacia e à guerra.” Por isso, “as relações entre os Estados implicam essencialmente na guerra e na paz.”1
Este discurso era empregado por Rio Branco, quando afirmava que “diplomata e soldado são sócios, são colaboradores que se prestam mútuo auxílio”. Apesar de dizerse partidário da paz, via como legítimo o uso da força para vingar um direito agredido.
Assim, para responder “à violência com a violência”,2 o soldado tomaria o lugar do diplomata e seria necessário dispor de uma força capaz de impor-se frente ao agressor.
Antes de tornar-se Ministro de Estado, em várias oportunidades, Rio Branco demonstrou interesse pelos assuntos relacionados aos mecanismos que garantem a
Segurança Nacional, seja como estudante3, seja como diplomata.
Em 1882, enquanto cônsul em Liverpool, Rio Branco externava a preocupação com a Segurança Nacional, considerando a Argentina. Ao Barão de Penedo, escrevia:
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Doutor em História pela PUCRS. Docente permanente do PPGH/UPF (Universidade de Passo FundoRS)
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ARON,