Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de são paulo

6129 palavras 25 páginas
1. Formação da Sociedade Baiana

Antes de proceder a uma análise mais ampla sobre o desenvolvimento do capitalismo internacional e os seus reflexos na organização da sociedade brasileira é salutar voltarmos no tempo e espaço, precisamente na primeira metade do século XIX.

As relações sociais na Bahia ao longo do século XIX eram permeadas pelo sistema agro - mercantil. Esta produção exigia extensas propriedades de terra e a presença de uma avultada mão-de-obra escrava para a execução das atividades na lavoura. Esses cativos trazidos da África onde eram negociados como mercadorias, propiciando um grande fluxo comercial e o enriquecimento de comerciantes, proprietários de terra e Senhores de Engenho. Diante de tal afirmativa é salutar destacar que a presença de negros escravizados no Brasil não significaria dizer, que estes aceitavam sem resistências as obrigações impostas pelas elites aristocráticas enquanto cativos, mas sim que estes ao longo de sua história se utilizavam vários mecanismos de contraposição à ordem vigente. Na organização social escravista a resistência fez-se presente frente aos instrumentos de opressão, exploração e apropriação do trabalho escravo, na dinâmica das relações sociais que se estabeleciam entre senhores e "cativos"; os primeiros procuravam manter o controle e o funcionamento do sistema escravista, estabelecendo entre os escravos uma hierarquia social baseada nas relações de dependência, compadrio, fidelidade e proteção. Assim os detentores dos meios e da força de produção se utilizavam de uma política paternalista, de incentivo as disputas em função dos benefícios que poderiam ser dispostos aos que maior fidelidade dispusesse ao seu senhor. Já os últimos por constituírem o segmento oprimido e excluído resistiam ao sistema através dos elementos culturais oriundos da sociedade de origem, associados à nova dinâmica cultural.

A historiografia tradicional, durante muito tempo "minimizou" o papel social do escravo, não o percebendo

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