Brasil e venezuela:relações internacionais
Brasil e Venezuela mantêm relações bilaterais não conflitantes desde a
Independência. Essas relações foram, ademais, consideradas pelos analistas como relações benéficas, nos dois últimos séculos. Dois marcos recentes permitem qualificar estas relações, primeiramente de cooperativas, desde o final da década de setenta, e convergentes, desde a ascensão do Presidente Chávez, em 1999.
Com efeito, em que pesem diferenças de estilo na ação externa, nenhum outro país da América do Sul apresenta relativamente ao Brasil, no início do milênio, tantas variáveis comuns em sua visão de mundo e em sua estratégia externa quanto a
Venezuela. Essa convergência se estabelece mediante a comum adoção dos seguintes parâmetros: a) o conceito de globalização assimétrica como correção ao conceito neoliberal de globalização benéfica; b) o conceito político e estratégico de América do
Sul; c) o reforço do núcleo central robusto da economia nacional como condicionante da interdependência global; d) a prévia integração da América do Sul como condicionante da integração hemisférica; e) a percepção de nocividade da Associação de Livre Comércio das Américas – ALCA –, caso se estabeleça sem os condicionamentos anteriores e sem a reciprocidade comercial efetiva; f) a reserva ante o aspecto militar do Plano Colômbia; g) o repúdio a qualquer presença militar norte-americana e a seus vôos na Amazônia; g) a decisão de não privatizar o setor petrolífero. Duas diferenças, entretanto, podem ser percebidas nas políticas exteriores de ambos os países: por um lado, o ideal bolivariano de integração política, um dos suportes ideológicos do Governo Chávez, foi tomado por utopia pelo pensamento político dos brasileiros, desde o tempo em que o libertador era vivo, embora se possa estabelecer um elo entre esse pensamento e o conceito estratégico de América do Sul, elaborado pelo Barão do Rio Branco; por outro, a Venezuela ostenta maior