ricardo reis

Ricardo Reis é um dos quatro heterónimos mais conhecidos de Fernando, tendo sido imaginado de relance pelo poeta em 1913 quando lhe veio à ideia escrever uns poemas de índole pagã. Nasceu no Porto a 19 de setembro de 1887 e estudou num colégio de jesuítas, formou-se em medicina e, por ser monárquico, expatriou-se espontaneamente desde 1919, indo viver no Brasil. Era latinista por formação clássica e semi-helenista por educação própria.
É um poeta clássico, da serenidade epicurista, que aceita com calma lucidez, a relatividade e a fugacidade de todas as coisas.
A filosofia de Ricardo Reis é a de um epicurista triste, pois defende o prazer do momento “carpem diem” como caminho para a felicidade. Apesar deste prazer que procura e a felicidade que deseja alcançar, considera que nunca se consegue a verdadeira (ataraxia ou seja) calma e tranquilidade sente que tem de viver em conformidade com as leis do destino, indiferente à dor e ao desprazer numa verdadeira ilusão da felicidade, conseguida pelo esforço estoico lúcido e disciplinado.

Motivos poéticos de Ricardo Reis
EPICURISMO
- Busca da felicidade relativa - Moderação dos prazeres
- Fuga à dor (aponia) - Ataraxia (tranquilidade capaz de evitar a perturbação)
- Prazer do momento
- Carpe Diem (caminho da felicidade, alcançada pela indiferença à perturbação)
- Não cede aos impulsos dos instintos
- Ideal ético de apatia que permite a ausência da paixão e a liberdade;
ESTOICISMO (conformismo)
- Considera ser possível encontrar a felicidade desde que se viva em conformidade com as leis do destino que regem o mundo, permanecendo indiferente aos males e às paixões, que são perturbações da razão -Aceitação das leis do destino (apatia)
- Indiferença face às paixões e à dor
- Abdicação de lutar
- Auto disciplina HORACIANISMO
- Carpe diem: vive o momento
- Aure mediocritas: a felicidade possível está na natureza
PAGANISMO
- Crença nos deuses - Crenças na civilização da Grécia
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