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RICARDO REIS - “O Poeta da Razão”

1. Ideias da poesia de Ricardo Reis
Poeta de formação clássica, Reis é helenista e latinista;
Transmite nos poemas ensinamentos (uma filosofia de vida) para os indivíduos saberem enfrentar as adversidades do mundo;
Entre essas adversidades contam-se a ação do Destino (Fado), o tempo que foge, a velhice, a doença, a morte e outras situações que desencadeiam o sofrimento;
Reis adota uma visão pagã do mundo, em que o Homem vive em comunhão com a Natureza e em que existem deuses, uma mitologia e o Destino;
Aconselha a aceitar a ordem das coisas e a desfrutar a vida na Terra;
Cultiva o belo e a proporção bem como outros valores e aspetos das culturas grega e romana;
Procura a sabedoria dos antigos para resolver os seus problemas e evitar a dor, sendo sobretudo influenciado por duas escolas da filosofia antiga.

2. Influências da filosofia antiga em Ricardo Reis

2.1 Epicurismo
Na vida, devem procurar-se os prazeres serenos e moderados;
Aconselha-se a fruição tranquila do presente em lugar de recear a ação do Destino, a morte e outros problemas que ameaçam os indivíduos;
Adota-se a firmeza e a autonomia na forma como se enfrentam as adversidades do mundo e se evitam as ciladas da Fortuna (do Fado);
Advoga-se uma atitude imperturbável e de distanciação face aos males que podem surgir: ataraxia;
Defende-se o carpe diem (aproveita o dia), a ideia de se procurar uma felicidade suave e tranquila de prazeres moderados;
Incentiva-se a aurea mediocritas, a aceitação de uma vida simples, sem grandes ambições e em contacto com a Natureza.

2.2 Estoicismo
Autodisciplina e autocontrolo na vida e na escrita;
Indiferença perante as paixões;
Encoraja-se a «apatia» (indiferença à dor), um estado de ausência de sofrimento como forma de o sujeito enfrentar com determinação as contrariedades, a doença e a morte;

3. Estilo da poesia de Ricardo Reis
Em termos literários, Reis cultiva as