Ricardo ii
Tomás e Henrique brigam por causa do assassinato do duque Gloster. A solução da briga seria por meio do duelo judiciário, mas a medida foi suspensa na última hora por Ricardo II. A duquesa, viúva de Gloster, apelou ao cunhado João de Gand que vingasse a morte do marido. João de Gand recusou, pois como o mandante havia sido o rei vingar a morte de Gloster seria como levantar a mão contra o ungido de Deus.
Ricardo II não tinha condições de permitir a realização do duelo pois ele era o principal responsável, então, ele bane seu primo (Henrique) por seis anos e Tomás por toda vida.
Ricardo queria iniciar guerra contra a Irlanda e começou a arrecadar fundos. Seu tio, João de Gand, censura sua atitude, mas, depois que este morre, Ricardo II continua a arrecadar fundos, inclusive usa a parte do irmão exilado para despesas militares.
O descontentamento dos nobres leva-os à revolta, que aumenta com a notícia de que o irmão exilado havia desembarcado na Inglaterra com tropa numerosa para reclamar a herança. Ricardo II, que estava na Irlanda fazendo campanha, volta ao saber da rebelião. Ele confiava na força de seu poder divino, mas se deparou com uma situação calaminosa: amigos executados, defecções (abandono voluntário e consciente de uma obrigação ou compromisso) maciças, vazio em torno de sua pessoa. Sem poder resistir, Ricardo II se entrega ao primo, que manda prendê-lo. Então, o novo rei insinua o desejo de vê-lo morto, realizado por um adulador. Com o assassinato de Ricardo II, Henrique nota que ter o direito divino da realeza não passava de mera expectativa em seu caso, pois ele não faz parte da linha de sucessão.
Mando e transgressão em Ricardo II.
A culpa dos reis.
Antônio Candido. * Legitimidade.
O mando do Rei consiste na legitimidade hereditária e divina. A linhagem real assemelha-se, na obra de Shakespeare, a um vegetal, cujas ramificações representam as novas gerações, portadoras do sangue (seiva) divino.
Ricardo II