Rh inicio tese
Numa sociedade cada vez mais competitiva é necessário existir um aumento das competências já adquiridas, numa lógica de continuidade, na qual se incluem as acções de formação fornecidas pelas empresas onde os trabalhadores se inserem. A tese tem por objectivo a inventariação das competências exigidas pelo departamento dos recursos humanos de lojas de roupa e a sua possível variação segundo os diferentes público-alvo (neste caso os diferentes clientes de lojas de roupa). Desta forma, esta tese irá debruçar-se se as competências exigidas aos trabalhadores de uma loja de roupa com características mais formais são diferentes, ou não, das competências exigidas aos mesmos de uma loja de roupa particularmente mais informal. E, consequentemente, se isto, também, se transmite numa maior aposta, ou não, na formação contínua fornecida pela própria loja aos seus colaboradores. É interessante também verificar se estes últimos possuem perspectivas de vida divergentes, ou não, por trabalharem com distintos públicos e por estes deterem, ou não, dessa forma, diferentes regalias
Autores como Pierre Naville (Freire, 2002: 300), que partem das referências da teoria do valor-trabalho e do marxismo, defenderam a noção de qualificação que tinha por base o tempo socialmente necessário à sua produção. No entanto, esse critério apenas tinha em conta a antiguidade (por exemplo, no exercício de uma função) como diferenciador fundamental de qualificações, e nada dizia, sobre a natureza desse tempo, ou seja, não distinguia entre formação especializada em escola (e que tipo de escola e curso) e a mera experiência derivada do exercício continuado de uma actividade.
Nas obras de Friedmann (Almeida, 2005a: 180), o autor denuncia os efeitos do taylorismo na desqualificação assalariada, pelo que este interroga-se acerca do futuro da civilização técnica e das consequências sociais dos automatismos emergentes. A concepção de qualificação remete para saberes que