revolução
POEMAS PARA ANÁLISE
Canção do Exílio (Gonçalves Dias)
Sete anos de pastor, Jacob servia (Luís Vaz de
Camões)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Sete anos de pastor, Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana e bela;
Mas não servia ao pai,servia a ela, e a ela só por prêmio pretendia.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Os dias,na esperança de um só dia, passava,contentando-se com vê-la; porém o pai,usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assim negada a sua pastora, como se não tivera merecida;
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Pequei senhor (Gregório de Matos)
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-nos sobeja um só gemido,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal, e prazer tão repentino vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Começa a servir outros sete anos, dizendo: – Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida.
Se eu morresse amanhã (Álvares de Azevedo)
Se eu