Revolução Verde e Biotecnologia
1. Breve histórico do desenvolvimento tecnológico
O advento do capitalismo e a revolução industrial no século XIX são um marco importante no que diz respeito ao avanço tecnológico alcançado na atualidade. A partir daí desencadeiam-se profundas modificações nas atividades produtivas, que resultam na separação entre as atividades agrícolas e industriais através da mecanização do trabalho. Com a expansão da indústria surgem os grandes centros urbanos com uma crescente população e uma maior demanda de alimentos, exercendo desta forma pressão sobre a agricultura. Os custos da força de trabalho empregada nas indústrias aumentariam caso a produção de alimentos não seguisse o mesmo ritmo da indústria, dessa forma, “a própria expansão do capital em direção às outras atividades produtivas que não a industria, como no caso, a agricultura, demanda esforços no sentido de transformação dessas atividades em processos similares àqueles da atividade industrial” (NETO, 1984: 18). É neste contexto que a agricultura é submetida também a um processo de industrialização.
Tal processo de industrialização, que ocorre no âmbito da agricultura no século XIX, teve como fonte principal do progresso técnico a mecanização e o desenvolvimento de insumos químicos e biológicos ainda em fase introdutória, mas que não se desenvolveram muito devido, principalmente, a inexistência de um conhecimento científico mais sólido (NETO, 1984: 20-22). Entretanto, é ainda no século XIX que são dadas as condições para o desenvolvimento do atual modelo tecnológico, pois foi neste período histórico que se estendeu o processo de mecanização agrícola; que se deu a criação das instituições científicas voltadas para a agricultura e que houve a transferência da hegemonia tecnológica da Europa para o EUA – o qual de certa forma, perdura até os dias de hoje – em função da necessidade de expansão da agricultura deste país, e do papel que este exerceu nesse processo, principalmente