Revolução russa resumo histórico
Durante séculos a Rússia permaneceu isolada das grandes transformações sociais, econômicas e culturais por que passava a Europa Ocidental. A Reforma ou o Renascimento pouco efeito tiveram em sua paisagem política e cultural. O mesmo acontecendo com o Iluminismo e as Revoluções burguesas. Segundo Kireievski "o alargamento material do império absorveu durante séculos toda a energia do povo russo: o crescimento material tornou impossível o crescimento espiritual ". O antigo principado de Moscóvia no século XIV, não ultrapassava em extensão a atual Finlândia. Trezentos anos depois, estendia seu domínio por mais de vinte e dois milhões de quilômetros quadrados, englobando as mais variadas culturas, religiões e grupamentos raciais - Seus grandes impulsionadores foram os czares Ivan III, Ivan IV (o Terrível), Pedro - o Grande e Catarina II. Submetendo a ferro e a fogo os tártaros, os turcos, os cossacos, os tcherquizes, os mongóis, os poloneses, e as tribos nômades da Sibéria; sua extensão ia do Vístula na Polônia até o Oceano Pacífico, no extremo Oriente.
No início do século XX a Rússia era um país pobre e atrasado tecnologicamente. Era conhecida como o "celeiro" da Europa, por apenas exportar cereais para todo o Velho Continente. 80% de sua população economicamente ativa vivia no campo, em muitas regiões sequer se conhecia o arado. Os camponeses viviam na miséria. Trabalhavam, com a temperatura em torno de -25oC, com roupas de trapo e bota de papelão, enquanto o czar vivia acalentado luxuosamente. O povo não agüentava mais e, em janeiro de 1905, os mujiques (camponeses), operários e demais pessoas da comunidade organizaram uma passeata em São Petersburgo, liderados pelo padre Gapon, da Igreja Ortodoxa Russa. Nessa passeata levariam ao czar Nicolau II um documento clamando por alguns direitos sociais e contando a situação do povo russo. Nesse clima de paz crianças, mães com filhos no colo e homens humildes iam, calmamente,