Revolução ou golpe
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Movimento político-militar deflagrado em 31 de março de 1964 com o objetivo de depor o governo do presidente João Goulart. Sua vitória acarretou profundas modificações na organização política do país, bem como na vida econômica e social. Todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então declararam-se herdeiros e continuadores da Revolução de 1964.
Revolução ou golpe? As interpretações simplificadas sobre a natureza do movimento de 31 de março de 1964, que derrubou o governo constitucional do presidente João Goulart dificultou o entendimento do processo que deu origem ao mais longo colapso democrático sofrido pela República brasileira. O movimento que culminou com a deposição de Goulart, manipulado semanticamente, tem sido exaltado como revolução ou condenado como golpe de Estado. Mas, a exemplo de todas as caracterizações ou definições resumidas, estas são também de pouca utilidade quando se pretende analisar e compreender as causas e as conseqüências do episódio. Somente o entendimento além das conceituações simplistas possibilitará esclarecimentos adicionais e mais satisfatórios do que os obtidos tanto pelos que consideram a queda de Goulart como resultado de uma ruptura política nos moldes revolucionários, quanto pelos que a reduzem ao simples resultado de um golpe de força militar. Revolução ou golpe de Estado? Ambos são movimentos com características distintas e inadequadas - por ampliação no primeiro caso e por simplificação no segundo - para explicar os acontecimentos anteriores e posteriores à derrubada de Jango em 1964. O conceito de revolução com os contornos modernos e mais precisos que recebeu a partir da teoria marxista, supõe a ação revolucionária como um instrumento de transformação nas relações políticas, sociais e culturais, no ordenamento jurídico-institucional e na