Os objetos de troca comercial antes da revolução industrial não tinham foco na satisfação das exigências básicas nem da subsistência da sociedade. Na maior parte eram artigos de luxo para simbolizar o poder das classes dominantes. A Inglaterra, berço dessa revolução, tinha uma desenvolvida manufatura têxtil ligada a criação de ovelhas. Sua produção era de pequena escala e as unidades de domicílio estavam espalhadas. Partindo da produção têxtil de algodão, que servia os escravos e era subproduto do comércio ultramarino, um impulso para industria surgiu para produção na Inglaterra (os produtos de algodão eram originárias da Índia) com a proibição do produto pelos produtores que usavam lã. Esse país tinha o monopólio desse comércio que era garantido pelo Império Britânico e pela supremacia comercial dos mares. Apesar das tentativas dos produtores de lã para acabar esse comércio, a demanda cada vez era maior, e a produção insuficiente para o consumo fez essa indústria crescer. Por muito tempo sua produção foi dependente das habilidades humanas, era passiva das mãos de quem operava, era necessário uma mecanização na produção, pois o processo era lento e custoso. O início desse processo deu-se com a invenção de John Kay da lançadeira volante, que destruiu o equilíbrio entre a fiação e a tecelagem, trazendo três consequências: a possibilidade de tecer peças mais largas, uma aceleração das operações de tecelagem e uma grande econômia na mão-de-obra, bastando apenas um tecelão para fazer o trabalho de dois ou mais. Consequentemente um mecanismo mais eficiente que a roda de fiar ficou em necessidade. Duas invenções; o fuso (spinning-jenny) de Hargreaves e a water-frame de Richard Arkwright asseguraram o triunfo do sistema fabril na indústria algodoeira, mas foi a mule-jenny de Samuel Crompton que definiu as operações de fiação. Cruzando a jenny com a water-frame; a aplicação dos cilindros à “manipulação” do fio e a montagem de fusos num carril móvel, de forma a