Revolução dos 20 Centavos
Saciaram-se da sede de revolução de um povo carente de Saúde, Educação, Segurança Pública, Infraestrutura, Transporte Público e de 20 centavos. Sim, eles gritaram por 20 centavos de lisura na esfera pública brasileira.
Emocionados, lutaram juntos a Marina, o João, o Thiago e o José. Completamente desconhecidos, unidos pela exaustão da política vigente.
Também gritaram o Lucas, o Matheus, o Saulo e a Sofia. Completamente desguarnecidos de discurso, porém afinados com o grito de guerra. Eles gritaram sem saber, ao certo, o porquê. Erraram o hino nacional. Mas... Gritaram!
Eu estava lá. Eu vi. Eu vivi a manifestação do grito.
Ouvi também o suplício de demagogos e de gênios por vocação.
Vi um menino, com aparentemente quatro anos de idade, que elaborou o seu cartaz e também esteve lá. Nas ruas. E do pescoço do seu pai, que gritava pela reforma política “já”, o pequeno exigia, no tom imperativo que exigência pressupõe, “brinquedos mais baratos”.
Como definiria o próprio governador do Estado, Marconi Perillo (PSDB), um dos principais alvos da manifestação, um pouco mais tarde: “Uma verdadeira festa democrática.”
Sim governador, uma verdadeira festa democrática em meio ao tempo de “uma página infeliz da nossa história”. Página assinada pelo próprio.
Contradições à parte, o fato é que foi um pouco antes, ali pelas nove horas da manhã, no pátio da Universidade Federal de Goiás, que alguns jovens esboçavam o valor desses 20 centavos de revolução.
Estudantes, dos mais diversos cursos, estampavam o chão da Universidade na elaboração de suas armas de protesto.
Cartazes com letras infantis, daquelas desenhadas nos cadernos de caligrafia, eram