"Revolução dos 20 centavos"
Tema: Revolução dos 20 centavos...
Manifestações nas capitais
O país não via passeatas simultâneas em tantas cidades desde que os caras-pintadas saíram às ruas para impulsionar a deposição de Collor, em 1992. Apesar de ter começado com caminhadas pacíficas, muitos dos eventos terminaram em pancadaria e vandalismo, inclusive em Porto Alegre – berço da primeira onda de descontentamento, contra aumentos nas tarifas de ônibus.
Na Capital, o que começou como um dos maiores protestos pacíficos da história do Estado acabou dando origem, pela ação de grupos radicais, a um dos confrontos mais violentos das últimas décadas, com batalha entre parte dos manifestantes e PMs, explosões de bombas caseiras e de efeito moral, incêndio de mais de 50 contêineres de lixo e de um ônibus, depredações generalizadas e prisões.
Militantes veteranos e jovens que debutavam nas caminhadas se uniram para gritar contra o preço das passagens de ônibus, contra gastos abusivos com a Copa do Mundo que se avizinha, contra a corrupção, contra o fundamentalismo religioso, contra a proibição do aborto, contra a discriminação aos gays, contra a violência policial... Contra. Foram horas de passeatas que paralisaram a área central de cidades como São Paulo, Rio, Brasília, Goiânia, Salvador, Belo Horizonte, Natal, Belém, Florianópolis.
Sem esquecer, claro, a capital gaúcha. Bandeiras não faltaram. Do Brasil, de partidos, da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do arco-íris, símbolo da diversidade sexual. Preocupados em não partidarizar o movimento, alguns organizadores gritavam “Sem partido, sem partido”, informa o jornalista Rodrigo Lopes, que cobriu os protestos para Zero Hora, em São Paulo. Um apelo infrutífero. Proliferavam estandartes do Psol e PSTU.
O maior ato aconteceu na capital paulista. Organizada pelo Movimento Passe Livre (MPL), a caminhada começou por volta das 17h, no Largo da Batata, em Pinheiros. Segundo a Polícia Militar, o ato reuniu mais de 60