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VINTE CENTAVOS - O PREÇO DE UMA REVOLUÇÃO

Em algum momento de meu processo de formação, ouvi alguém dizer que não há revolução sem dinheiro, bem como não há como ocupar função pública através de um mandato eletivo sem dinheiro. Recentemente a primeira afirmação caiu vertiginosamente por terra. A maior cidade do Brasil e uma das maiores metrópoles do planeta foi palco da mais recente revolução e o valor gasto por ela foi de apenas R$ 0,20 (vinte centavos), esse foi o valor do aumento da tarifa nos transportes coletivos que atendem a população paulistana.
São Paulo entrou para a história do povo brasileiro no dia 07 de setembro de 1822, quando as margens do riacho Ipiranga, o então Imperador Pedro I foi obrigado a erguer sua espada e proclamou o primeiro grito de liberdade de um povo, que foi escolhido outrora para receber a nova ancoragem da Luz. Na atualidade a mesma cidade de São Paulo ecoou um novo grito, dessa vez com diferentes vozes de indignação, decepção e revolta.
O movimento que surgiu com o nome de “passe livre” queria apenas a redução da tarifa, desejo esse, que foi negado provimento pelo Governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo Prefeito Fernando Haddad (PT), dia após dia o movimento ganhou adesão de milhares de manifestantes, ultrapassando mais 100 mil pessoas, tomaram conta das ruas, praças, avenidas e o centro financeiro da América Latina foi o principal palco dos protestos, a Avenida Paulista. A polícia foi acionada, utilizou bombas de efeitos moral com gás lacrimogêneo, balas de borrachas, spray de pimenta e entrou em conflito contra um movimento que nasceu do âmago do mais profundo sentimento de indignação do povo brasileiro, que despertou do sono letal da indolência e contagia uma das maiores nações do planeta, que se prepara para realizar a próxima copa mundial.
O brasileiro gosta de carona, mas detesta o carão, na onda dos manifestos, oportunistas vestidos com as bandeiras de protestantes, fizeram uso indevido da bandeira do protesto e