Revolução Boliviana

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Como afirma o historiador Harold Osborne, revoluções “nunca estiveram longe do horizonte da história boliviana. Mas “revolução” na Bolívia — como na maioria dos países latino-americanos —, não deve ser pensada em termos análogos com a Revolução Francesa ou a Revolução Russa. Mesmo num ‘mau’ período tem sido normalmente um conflito limitado, quando muito ao ponto de ser sangrento, entre aspirantes rivais ao poder, não envolvendo classes”
(Osborne, 1955: 62). Tristán Marof, com uma acepção similar, ao definir revolução como um movimemento social, uma transposição de classes, afirmava que o que sempre havia sido chamado derevolução na Bolívia não passava de uma substituição de um governo por outro similar, e que todas as chamadas revoluções naquele país não haviam levado a nada. Revoluções na Bolívia eram produto de democratas burgueses que se importavam com o povo por pouco tempo (Liss, idem: 183).
A revolução boliviana de 9 de abril de 1952 é, indubitavelmente, um marco na América Latina e teve importantes repercussões no país, em que pese, cabe ressaltar, seu caráter claramente reformista.
Apesar de apelar para as massas, especialmente mineiros e camponeses e, teoricamente, propor mudanças que melhorariam a vida da população marginalizada, principalmente indígena e agrária, aproximadamente 78% da população da Bolívia era rural —
, aumentando a participação dos índios e analfabetos, e fortalecer, até certo ponto, os mineiros, com a nacionalização das minas de estanho e da criação da COB, não foi acompanhada por transformações econômicas ou técnicas profundas, e demonstrou
“ser apenas uma versão mais radical da política favorável à redistribuição do poder político e, até certo ponto, do bem-estar no interior de uma estrutura que fundamentalmente permanecia a mesma” (Donghi, 1989: 256)
Que tipo de conclusões se pode tirar do período revolucionário?
Primeiro, houve a formação de uma pequena burguesia agrária ligada ao mercado das cidades,

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