revolta e melancolia

Em Busca do Povo Brasileiro
Marcelo Ridente
Revolta e melancolia, raízes e desenvolvimento
Nos anos 60, aparece algumas vezes o adjetivo romântico para caracterizar as lutas e as ideias do período nos campos da política e da cultura, mas o termo não é empregado com precisão, por vezes é usado com uma conotação pejorativa, identificada a certa ingenuidade e falta de realismo político. Nessa passagem de século a questão das reformas e da revolução social, com base no resgate de valores pré-capitalistas, estava colocada no mundo todo por movimentos políticos significativos, especialmente nos anos 60. A utopia revolucionaria romântica do período valorizava acima de tudo a vontade de transformação, a ação dos seres humanos para mudar a História, em um processo de construção do homem novo de Marx. Mas o modelo para este homem novo estava no passado, na idealização de um autentico homem do povo, com raízes rurais, do interior, não contaminado pela modernidade urbana capitalista.
Versões diferenciadas desse romantismo estavam presentes nos movimentos sociais, políticos e culturais do período pré e pós-golpe de 1964. Os grupos de esquerda, produziram versões diferentes entre si do romantismo revolucionário. Havia grupos mais românticos que outros, mas todos ajudavam a produzir a atmosfera cultural e política do período, impregnada pelas ideias de povo, libertação e identidade nacional. Essas ideias já vinham do passado da cultura da brasileira, não apareceu assim de repente, já se tinham essas ideias desde bem antes dos anos 50, mas foi a partir desse ano que traziam a novidade de serem mescladas com influencias de esquerda, comunistas ou trabalhistas. O romantismo de esquerda era modernizador, não somente essa simples volta ao passado, ele apenas buscava no passado elementos para a construção da utopia do futuro. A volta ao passado seria a inspiração para construir o homem novo. Visava resgatar um encantamento da vida, uma comunidade inspirada no homem do povo, cuja