depressão

2228 palavras 9 páginas
Matos, A. Coimbra. (2007). A Depressão. 2ª Edição, Climepsi Editores.
Distinção entre Depressão, Depressividade e Depressibilidade Esta distinção pressupõe que o percurso em volta da compreensão do fenómeno depressivo tem sido longo e sinuoso. No sentido de a esclarecer, Freud fez a distinção entre Luto e Melancolia, aproximando o luto da depressão normal e a melancolia da depressão patológica. O luto foi considerado como a reacção normal à perda de um objecto importante, mas que não se acompanha de regressão. É uma fase transitória, e necessária, de readaptação do investimento a novos objectos. A melancolia compota uma pesada regressão oral-narcísica, com introjecção ambivalente do objecto perdido, ou seja é a reacção patológica de uma personalidade marcada pela extrema dependência objectal, ainda que inconsciente. Em ambos, luto e melancolia, assiste-se a uma reacção, com algumas semelhanças no plano dos sinais e dos sintomas, à perda de um objecto privilegiado, representável (ainda que não representado) e reconhecível, objecto real ou fantasmático. Coimbra de Matos, propõe três noções importantes para situar, num ponto de vista dinâmico, o estudo geral das depressões. Para ele existe:
1. Uma depressão – dita reactiva – que é a depressão normal ou fenómeno de luto, a qual caracteriza uma reacção de uma personalidade de estrutura genital ou pós-edipiana à perda de um objecto privilegiado. Neste caso fala de depressibilidade: qualidade de se poder deprimir (ser depressível), de ser capaz de fazer um trabalho de luto – o que é um sinal de boa saúde mental.

2. Uma depressão patológica (que nem sempre atinge a profundidade e o grau psicótico da melancolia) quando a natureza predominantemente narcísica dos laços objectais condiciona uma intolerância e uma susceptibilidade particularmente intensas à perda do amor e protecção desse objecto fundamental. Como o objecto é do tipo funcional, considerado como o prolongamento do próprio, o sujeito sente, ao

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