Revolta do Vintém: o povo contra o aumento da passagem de bonde
Os protestos começaram logo após o anúncio do aumento e foram estimulados especialmente pelos republicanos. Além de questionar a taxação que aumentava em 10% o valor do bilhete do bonde, a população queria manifestar o seu descontentamento com os altos níveis de desemprego, falta de moradia e as baixas condições sanitárias.
Diante da medida, um grupo de manifestantes se reuniu no dia 28 de dezembro de 1879 no Campo de São Cristóvão, em frente ao palácio imperial, mas foi repreendido pela polícia ao tentar entregar um manifesto contra o imposto sobre as passagens de bonde ao imperador Dom Pedro 2º. Segundo historiadores, eram cerca de 5.000 pessoas, lideradas pelo jornalista e parlamentar Lopes Trovão.
No dia 1ª de janeiro de 1880, data em que entrou em vigor o imposto, a população se reuniu por volta do meio dia no chafariz do largo do Paço, no centro do Rio, de onde os grupos partiram e iniciaram uma série de depredações e confrontos com a polícia.
“Em sinal de protesto contra a cobrança do vintém, os manifestantes tomavam os bondes, espancavam os condutores, esfaqueavam os animais usados como força de tração, despedaçavam os carros, retiravam os trilhos e, com eles, arrancavam as calçadas. Em seguida, utilizando os destroços construíam barricadas e passavam a responder à intimidação da polícia com insultos, pedradas, garrafadas e até com tiros de revólver”, afirma o professor Ronaldo Pereira de Jesus, professor da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), no artigo “A Revolta do Vintém e a crise da Monarquia”.
Nesse dia, as ruas só voltaram a ser transitáveis na cidade partir das 21h. “O auge do motim se deu na rua