Revelação
Se eu pegasse um lenço e debaixo dele colocasse uma moeda, qual seria a chance de, na primeira tentativa, você acertar que moeda estou segurando? Por motivos óbvios, o lenço estaria atrapalhando você de acertar, porque ele está cobrindo a moeda. Tudo ficaria mais fácil se eu retirasse o lenço e você pudesse ver claramente a moeda, certo? Digamos assim que, sem o lenço, a sua chance de acertar seria muito, muito maior.
Bem, é exatamente este o sentido de “revelação” – retirar o lenço e então ver claramente as coisas como elas são de fato (lembra um pouco Platão?). Assim como prisioneiros presos na caverna, vivemos presos aos nossos pecados dentro deste mundo. Aqueles que conseguem enxergar só o fazem porque o “véu” que encobria seus olhos foi retirado. A salvação é individual, daí o germe do individualismo que brotou no ocidente. Vamos ver um pouco sobre isto agora. A construção da individualidade, a ideia do dever e o valor da intenção
Uma das grandes contribuições do cristianismo não foi apenas a religião, mas a noção de individualismo e subjetividade que vai sendo gestada com o passar do tempo associada à ideia do dever. Você já percebeu que hoje estamos à procura da nossa felicidade? Interessante que não estamos atrás da procura da felicidade do Brasil ou da humanidade como um todo, se assim podemos dizer. Sem querer fazer juízo de valores a respeito disso, podemos dizer que o individualismo não é tão óbvio a ponto de ter aparecido em todas as civilizações ao longo dos tempos e se manifesta em diferentes áreas: na economia, na educação, na política, etc...
Individualismo: “toda doutrina moral ou política que reconheça ao individuo humano um preponderante valor de fim com relação à comunidade da qual faz parte”. ABBAGNANO, Nicola. p. 257 (em outras palavras: “primeiro o individuo, depois o grupo”).
Contudo, a revelação divina também carrega uma noção de dever. Assim como o prisioneiro acorrentado que se libertou e fugiu da