Negros em 1940
Informou que em 1940 a população de São Paulo passou para 1.326.261, sendo que os brancos teriam aumentado para 90,7 por cento, enquanto que os pretos foram reduzidos para 4,8 por cento e os pardos para 3,4 por cento. Florestan destacou que alguns mulatos claros teriam sido incorporados às famílias senhoriais, para ele, a estratificação social de São Paulo nunca representou o produto de diferença de raça ou de cor. A cor, de marca racial passou a ser um símbolo de posição social. As famílias tradicionais não aceitavam “o novo negro”, que não saberia ficar “no seu lugar”. Existia um “certo preconceito” do imigrante italiano contra o negro. Por outro lado, teria sido criada uma elite e uma classe média puritana, respeitável, formada, sobretudo pelos mulatos, que manifestariam um “preconceito mais tenaz” contra o preto. Para alguns, o estereótipo de cor seria no fundo um preconceito de classe. As barreiras na escola seriam mais de classe do que de raça. Nos bairros pobres, os brancos viviam com os negros, e a mistura seria tal que qualquer preconceito seria ridículo, as misturas de sangue fariam desaparecer as oposições de cor, através da fusão em uma “raça morena” que tenderia a abolir o problema racial, através da supressão das raças. De fato não existiria uma definição sociológica do “negro” ou do “mulato” no Brasil, Bastide concluiu que “ninguém queria perder o clima tão mais livre e afetivo do Brasil”, e a política dos brancos, quanto às massas, era a do “laisser-faire”, não havendo barreiras legais.