Retória e Argumentaçao
O discurso argumentativo abarca as linguagens formais e informais, estas últimas plurívocas e de significações e interpretações possíveis. As análises dos argumentos não se esgotam nos padrões das inferências válidas - há razões que é razoável aceitar que não decorrem das regras formais.
No séc. xx surge a lógica informal que analisa o conjunto de critérios e procedimentos que permitem avaliar e aperfeiçoar os argumentos expressos em linguagem natural. Interessa-se na avaliação dos argumentos a partir da relação entre orador e auditório, a explicação de técnicas de persuasão, de manipulação e a análise de falácias não formais. A argumentação implica a utilização de um conjunto de razões a favor de uma conclusão – os argumentos são tentativas de sustentar certos pontos de vista com razões. Quando queremos justificar ou refutar um ponto de vista, avaliar os prós e os contras de uma escolha, fornecemos razões a favor ou contra uma conclusão a fim de convencer um interlocutor ou um auditório.
A argumentação implica uma racionalidade prática e é muitas vezes definida em contraposição com a demonstração. Para Perelman a demonstração implica um processo lógico-formal de derivação da prova, a argumentação não formal tem um carater dialético e implica o confronto de pontos de vista entre os interlocutores. A argumentação procura provocar ou aumentar a adesão de um auditório às teses que se apresentam ao seu assentimento e é um processo sempre pessoal e situado – desenvolve-se num determinado contexto e exige o contacto entre um auditório e um orador. Para Perelman a argumentação é por definição diálogo de ideias entre dois ou mais sujeitos. A demonstração é, pelo contrário, um exercício racional, impessoal, isolado do contexto. Assim, não exige um auditório para ser construída. Os sistemas lógico-matemáticos utilizam símbolos inequívocos e não se compadecem com ambiguidades. A demonstração é essencialmente cálculo, deduz de modo