Resumo
O livro Planeta Favela oferece contribuição ímpar para desvendar a desconhecida e gigantesca escala de favelização e de empobrecimento das cidades do chamado "Terceiro Mundo". Levando em conta que estamos vivendo em uma era dos arranhas céus e as cidades sonhadas pelos arquitetos estão sendo dominadas pelas favelas. Davis revela que, ao contrário de aliviar o problema, essas instituições, especialmente o Fundo Monetário Internacional (FMI), que impôs os Planos de Ajuste Estrutural (PAEs) aos países do "Terceiro Mundo", foram cruciais na explosão da pobreza e responsável pelo alto número de desemprego nos países do Sul. O autor tenta mostrar que há tendências, no processo de urbanização recente, que são universais, apesar de se tratar de diferentes países. E também conclui que a formação de “superurbanizações” e “megacidades” são decorrente de diversas consequências exemplo o crescimento de favelas provocado por guerras, expulsões catástrofes, recessão econômica, alto crescimento econômico e urbano, tragédias decorrentes de ação da natureza, entre outros.
Um dos principais temas que as favelas trazem à debate é a “crise sanitária”. Aborda-se ainda o impacto da carência de água, ou o altíssimo preço que os pobres pagam por ela. Davis lembra que, mesmo em circunstâncias trágicas como as mencionadas, a orientação do FMI e pelo Banco Mundial foi a da privatização do saneamento. A água, assim como a “defecação humana”, foi transformada em negócio global, inclusive em cidades nas quais a população mal tem recursos sequer para comer.
O “big bang da pobreza” tem suas raízes quando, entre 1974 e 1975, o FMI e o Banco Mundial reorientam as políticas econômicas do Terceiro Mundo, abalado pelos preços do petróleo. As forças da globalização engendraram a reestruturação dos Estados nacionais, com base nas propostas já conhecidas de livre mercado, a