Resumo: "o camponês e seu corpo" de pierre bourdieu
Esse texto trata-se de um estudo antrológico feito no Sudoeste na França sobre a relação entre os camponeses e seus corpos, entre as camponesas e entre eles. O estudo pretende também mostrar um choque cultural entre o campo e a cidade (mais especificamente, entre os Bourg e os Hameaux) e a consequência das trocas que são produzidas entre a cidade e o campo. O camponês passa a ter percepção de quem é, e daquilo que é, em comparação com os homens da cidade. Passa a ficar mais introvertido, inseguro e sem jeito por se achar muito inferior e não se aceitar. Esse fato irá produzir mudanças em toda a estrutura social do campo, porque os homens passam a não saber mais como se relacionar com as mulheres e a evitá-las, terminando solteiros. As mulheres camponesas também mudam: passam a ter interesses mais ligados à cultura no campo, e acabam assumindo alguns esteriótipos do que elas consideram como fazendo parte da cidade. Até nos homens do campo elas passam a buscar características que são típicas de homens da cidade, entrando assim em divergências cada vez maiores com os homens do campo, aumentando a segregação entre os sexos.
O camponês dos Hameaux é visto como mal adaptado nas situações corriquerias e na dança, que é quando os homens até se arriscam a falar com as mulheres, a situação torna-se até mais constrangedora para os homens, desacostumados com o diálogo e convívio com as mulheres. O estudo antropológico neste caso pode ser feito em vários planos, como o corporal, para depois moldar um quadro geral. Analisando o mau corte de roupa e a falta de jeito na expressão, podemos falar que estão associadas também com o peso do andar. Essas carcterísticas parecem estar associadas também á dificuldade em se dinamizar e inovar para aprender, por exemplo, a dançar. É na dança que o camponês deve usar seu corpo, e como sabe da condição que seu corpo representa, acaba se inibindo e se complicando com os passos. O mesmo