Billy elliot
INTRODUÇÃO Este artigo tem como objeto de análise o filme Billy Elliot e pretende fazer uma reflexão sobre seu enredo, com enfoque na trajetória de vida do personagem principal e pensando o caminho tomado por este como caso particular do possível. Serão utilizadas como “ferramentas” de auxílio para a análise, as categorias de habitus, campo e capital cultural, trabalhadas por Pierre Bourdieu. A escolha desse filme como objeto de estudo ocorreu por identificar na história um “cenário” em que aparecem elementos que, explícitos ou implícitos, potencializam uma perspectiva crítica, se cruzados com algumas categorias que fazem parte do pensamento desse sociólogo. O filme é uma produção inglesa, lançado em 2000, e tem como diretor Stephen Daldry, também diretor dos filmes As Horas (2002) e O Leitor (2008). Classificado como drama, Billy Elliot narra a história de um garoto de onze anos, que vive na cidade de Durhan, Inglaterra, onde a principal fonte de renda da população local são as minas de carvão. É nesse ambiente que Billy vai vivenciar um dilema ao decidir deixar o boxe para ser bailarino. Para realizar esta análise, assistir ao filme foi apenas o ponto de partida. Fez-se necessário seguir a orientação de Bourdieu e realizar a conversão do olhar comum para o olhar sociológico, marcado pela criticidade. Para tal exercício foram utilizados textos do autor assim como aqueles elaborados por seus comentadores. A partir de unidades temáticas – o dilema da mudança vivido pelo personagem principal e o acúmulo de capital cultural necessário para que este se firmasse no campo artístico – foram selecionados planos-seqüência passíveis de serem analisados à luz de categorias bourdieusianas. A relação de Billy com seus familiares e outras pessoas da comunidade serviu assim, de panorama para uma investigação que teve como pano de fundo a problematização da relação indivíduo e sociedade, configurada