Resumo "a construção do livro"
EMANUEL ARAÚJO
BRASÍLIA O âmbito do projeto gráfico se constitui pela escolha correta do sistema de composição em que se devem gravar os caracteres, do papel onde se imprimirá essa composição e o cálculo da quantidade de páginas que deverá ter o livro. Essas composições por sua vez eram relativamente limitadas até o surgimento dos processos fotomecânicos no domínio das artes gráficas, todavia, essas limitações não implicavam pobreza de recursos visuais. O ‘tipo’ não passa de um pequeno bloco de metal fundido onde se encontra, em relevo, determinado sinal (letra, vírgula, acento etc.). Resultados da produção manuscrita, em particular a grande incidência de erros e pequena rapidez na produção de livros foi uma revolução, sobretudo no concernente à velocidade da cópia de textos, ainda que a letra tipográfica incorporasse toda a milenar tradição do desenho da letra caligráfica ou esculpida em material duro. Hoje, com a criação de novas invenções, ao escolher o repertório de modelos adequado a tal ou qual publicação, o editor e o diagramador lidam justamente com aquele código que, partindo do traçado da terá manuscrita ou esculpida, impõe suas normas tanto no que diz respeito a medidas quanto a modelos. As letras latinas usadas atualmente no Ocidente têm sua origem em desenhos de escritas e silabários médio-orientais que resultou um novo tipo de desenho, linear e simplificado, entretanto, na escolha de determinada coleção de tipos com os quais se deverão imprimir determinado trabalho, o editor estará optando, na realidade, pela forma do traçado das letras desenvolvido em um dos desdobramentos daqueles primeiros sistemas de escrita. Todo o sistema de escrita quer usem signos hieroglíficos ou lineares buscam de fato além da indispensável e vital comunicação, uma espécie de harmonia visual do espaço, refletida no traçado mesmo de cada um dos caracteres e em sua combinação interna. Sabe-se