resumo Tractatus Logico-Philosophicus Ludwig Wittgenstein
Wittigenstein não procurou tratar nessa obra sobre a natureza dos objetos; de maneira geral, ele não visou estabelecer uma ontologia das coisas. Sua proposta contemplou somente a forma da linguagem representativa, não seu conteúdo em si, e por isso é reconhecida por constituir-se como uma “ontologia vazia”, que procura identificar a estrutura da linguagem enquanto representação do mundo designado, mas que não visa conhecer o caráter de representatividade do mundo ou de possibilidade de mundo e consequentemente de linguagem representativa deste, isso é, não buscou conhecer por que é possível compreender o mundo a partir da linguagem, ou por que é possível que a linguagem represente o mundo, em sua relação entre signo e objeto ou na relação entre fatos e os pensamentos representativos; seu interesse era compreender e estabelecer como essa possibilidade e representatividade se dá; ou seja, preestabelecido o mundo já dado (“simplesmente-dado”) e a possibilidade de representação desse mundo por meio da linguagem, como a linguagem o representa, e como é possível fazer juízo do mundo a partir da relação entre mundo e linguagem; sua proposta visava conhecer a forma da linguagem, sua estrutura, e, por isso, em sua concepção era previamente dado, pressuposto, o mundo em si, com entes finitos constituídos a priori, e a propriedade deste ser representado pela linguagem, pelas proposições que representam os fatos. Ele quer compreender como dizer o mundo (fazer dele juízo), tem um propósito logicísta, estabelecimento de uma linguagem perfeita, científica - projeto esse já suscitado por Frege, e desenvolvido no Tractatus. Em dizer o mundo Wittigenstein se preocupa com a possibilidade de ocorrência dos fatos, sendo esses já concretizados ou não. É a partir dessa possibilidade de ocorrência que se fundamenta a possibilidade de juízo; ou seja, somente é possível fazer juízo, dizer se um fato dito é verdadeiro ou falso,